sábado, 8 de novembro de 2008

O Poder da Educação

Não existe melhor exemplo para definir o comportamento da maioria do homens diante do mundo em que vivem, do mundo que experimentam todos os dias, do que o da criança: o homem é uma criança, cuja altura, força e todos os demais caracteres de um adulto, paradoxalmente se antagonizam ao pequeno tamanho do seu coração, de sua alma e de sua intensa fraqueza e fragilidade diante dos poderes que o superam e lhe impõe submissão. Nenhuma criança, por mais adulta que seja, terá por essa via condições de ser o super-herói do seu mundo, todavia, passará a vida inteira sonhando com um através de seus brinquedos: sua bola de futebol, sua boneca, sua pipa, seu revolucionário político, seu cantor favorito, seu ator ou atriz de tv, seu grande amor e etc. Mas essa criança cujos olhos e o sorriso demonstram uma esperança que nunca chega, cresce e toda criança que cresce brincando, permanece brincando a vida inteira.
A vida começa a conhecer o colapso quando o homem quer viver brincando nela, brincando de viver. A vida não é um brinquedo, tampouco uma brincadeira, sendo assim, as crianças sempre serão delas excluídas, princialmente as crianças de coração. Bem falou Jesus sobre as crianças quando disse que ... dos tais é o reino dos céus ( Lc. 18.16 ). No reino dos homens, adúltos, toda criança é excluída. Para toda criança de coração é necessário um coração maior, que se leve e cresça até se tornar uma alma maior que o mundo, e por ser maior não está sujeita a submissão e toda exclusão que o mundo lhe impõe, sendo forte o suficiente para reagir contra todos os poderes que impedem o homem de crescer. A educação é essa força que eleva o cooração e o torna forte contra toda a apatia, inércia e estagnação dos homens que não passam de crianças. A educação é uma força de reação contra a sociedade e os homens do presente, um presente que será sepultado pelo constante desenvolvimento social. O homem que não se educa para o futuro será sepultado com o mundo presente em que vive, pois nenhuma criança costuma saobreviver para o futuro.
Se educar é um ato de se ajustar ao futuro, muitos homens param por ai, como se o futuro já tivesse para eles chegado, conseguem se tornar adultos, todavia, envelhecem depressa e ficam caducos: o homem se torna um velho, atingindo maturidade sificiente, que apenas lhe resta o declínio, e quando isso acontece, ele já está preparado para tombar e cair, encontrando assim, o seu inevitável destino: a morte. Tanto a criança quanto o velho estão destinados a morrer, todavia, um morre por não ter um futuro e o outro, por acreditar que já o alcançou: o futuro não chega nunca , por isso ele é agora mesmo. Fazer do futuro hoje é o objetivo da educação, fazendo com que o homem esteja à frente do seu tempo no seu tempo. Nascemos crianças, e o mundo, impondo-se muitas vezes contra a nossa própria existência, nos impede de cresce nos forçando a sermos crianças a vida inteira até a morte. Uma reação é portanto uma necessidade para todo aquele que ousa com o seu pequeno coração alcançar o seu futuro.
Entretanto tudo é uma questão de intensidade, de paixão, pela qual o coração se dispõe a lutar contra tudo aquilo que o diminui: o mundo é um campo de batalha e não devemos nos esquecer disso; a questão é : até onde eu quero chegar ? Existe algum limite para minha paixão? Sou eu quem move o mundo ou é o mundo que me move?